Desânimo

Creio que todos já ficamos desanimados. Alguns podem estar desanimados no momento e com certeza haverá situações que ficaremos desanimados. A questão aqui não se refere a tentar evitar o desânimo, mas sim como reagir quando ele chegar para fazer estadia em nosso ser.

Devemos deixar momentaneamente de lado a visão otimista, e talvez até romântica, de que podemos ser imunes ao desânimo. Também não quero estabelecer argumentos baseados no princípio que diz que o desânimo aparece quando a fé deixa de existir. Digo isto, pois vejo que a fé, não a que leva a acreditar em algo e sim a que utiliza os poderes do céu para realizar qualquer coisa, é algo que requer muito para se concretizar.


As situações cotidianas deste mundo que não é mais solitário, mas continua triste, me faz lembrar um poema de Ruy Barbosa:

De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
O homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra,
A ter vergonha de ser honesto.

Creio que as intempéries do desânimo pode esverdear o bronze de nossa alma, que na realidade deveria ser de ouro.

Maio foi para mim um mês muito complicado. Tudo de errado ocorreu para que o desânimo tomasse conta. E infelizmente ele conseguiu. Ainda bem que maio acabou e com ele seu visitante.

Só tenho uma coisa a dizer ao desânimo:

Eu não vou fazer o que não quero.
Eu vou viver minha vida.
Brilhando como um diamante, rolando como os dados,
Em pé no parapeito, mostrarei ao vento como voar.
Quando o mundo me encarar,
Eu digo, tenha um bom dia.
(Have a Nice Day - Bon Jovi)