Pode-se dividir esta Regra de Fé em duas partes. Na primeira parte percebe-se claramente que a submissão aos governantes é prática comum aos Santos dos Últimos Dias. Convém salientar que o entendimento aqui deve se unir ao conhecimento das circunstâncias históricas da época em que o Profeta Joseph Smith Jr. escreveu uma carta para John Wentworth, editor e proprietário do jornal Chicago Democrat, onde as declarações inspiradas conhecidas como as Regras de Fé foram listadas pela primeira vez. Falando a respeito da décima segunda Regra de Fé, Bruce R. McConkie disse:
Toda escritura deve ser estudada em seu contexto. Quaisquer conceitos ensinados terão aplicação, em princípio, sempre que circunstâncias idênticas prevaleçam, e talvez acima de todos os versículos das Sagradas Escrituras, estes princípios de interpretação e aplicação têm referência à nossa décima segunda Regra de Fé. Certamente esta declaração inspirada em relação à obediência à lei e sujeição à autoridade secular tinha aplicação total para as condições em que os santos encontravam-se em 1842. (New Witness for the Articles of Faith, chapter 68. – Bruce R. McConkie)
A segunda parte, que é o foco deste artigo, refere-se à Lei. Talvez o entendimento da palavra manutenção aplicada diretamente à lei perde-se em detrimento das duas primeiras ações citadas, que são a obediência e honra.
Por definição manutenção é uma ação ou efeito de manter, de sustentar ou conservar. Assim pode-se chegar a um impasse: como posso manter e conservar as leis de meu país, estado ou cidade? A única maneira, não sendo um homem ou mulher “da Lei” com cargos públicos, é através dos representantes legais junto ao governo.
Independente de quaisquer situações, precisamos, principalmente no Brasil onde política se tornou sinônimo de corrupção e outros adjetivos não tão polidos para citar, precisamos como povo de Deus que divulgamos ser, nos envolver mais através da coragem política e deixarmos de lado a ignorância vestida de covardia muitas vezes rotulada de atitude apolítica, escondendo-se na sombra da vergonha e utilizando fracamente como pseudo argumento e de forma inteiramente fora de contexto a posição da Igreja, onde está não se envolve politicamente nos assuntos de seus membros.
Na reunião Mundial de Treinamento de Liderança de 19 de junho de 2004, o Presidente Gordon B Hinckley foi o último orador e falou diretamente de seu escritório através de uma transmissão via satélite aos líderes da Igreja em todo o mundo. Antes de iniciar seu treinamento ele andou pelo seu escritório apresentando-o, enquanto parava junto a algum ornamento e explicava a razão de tê-lo. O que mais me chamou a atenção foi o comentário sobre uma fotografia emoldurada. Ele disse:
Bem atrás de vocês, na parede, há um quadro emoldurado. Nessa pequena foto estou com Ronald Reagan, quando ele era presidente dos Estados Unidos. É um lembrete de que nós que seguimos o Senhor Jesus Cristo também vivemos no mundo de César.
Infelizmente, inclusive na esfera SUD, vejo que há o fortalecimento da verdade sobre o famoso dito popular que diz que todo povo possui os governantes que merece.
Em todo o reino da religião revelada, poucas coisas deveriam ser de maior preocupação para os santos do que sua relação verdadeira com os poderes constituídos. Para ter influência eterna, a religião deve ser livre de qualquer poder da terra e estar sujeita apenas aos poderes do céu. Lucifer procurou obrigar os homens a serem salvos, e para isso iniciou uma heresia grave e perversa rebelião contra o plano do Pai. Ele e seus seguidores foram expulsos do céu. A liberdade de religião, liberdade de culto e liberdade de escolher o seu próprio curso é essencial para a salvação. No instante em que a compulsão toma conta do mundo é o momento em que o arbítrio deixa de operar e já não somos livres para fazer as escolhas que levam à salvação. Quando, de forma cômoda e negligente, optamos pelo não envolvimento político, estamos colocando de certa forma nossa liberdade nas mãos de pessoas que talvez não se importam com a liberdade que nos faz livres. A história nos mostra que inúmeros ditadores levantaram-se quando a população deixou que os assuntos do governo se resolvessem por si mesmos.
Winston Churchill comentou certa vez:
Aqueles que não gostam de política são governados por aqueles que gostam.
Se não temos uma vocação política e não pretendemos desenvolver tal talento, deveríamos dar graças aos céus quando um digno Santos dos Últimos Dias se compromete a representar a população de forma honrosa junto aos poderes constituídos. Deveríamos usar todo nosso poder, mente e força para que tal pessoa possa ser eleita. Triste notar, e que seja por uma ignorância osmótica e não por proatividade, que muitos futuros líderes políticos SUDs são alvejados verbalmente e caluniados por seus próprios irmãos de fé.
Deixando de lado qualquer partícula de intenção utópica, e não querendo antecipar um governo teocrático, precisamos lembrar de grandes nomes que foram líderes no Reino de Deus e nos Governos da Terra. Apenas citando alguns poucos: Rei Melquisedeque, Rei Benjamim, Juiz Supremo Alma, Prefeito Joseph Smith Jr., Governador Brigham Young, Secretário da Agricultura Ezra Taft Benson, Deputado Federal Moroni Torgan.
Temos o dever de defender nossa liberdade, mas para isto precisamos nos manter informados. Como o Capitão Moroni, precisamos ter coragem para quebrar nossa inércia individual e começarmos a conhecer sobre os deveres dos vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais e federais, senadores e presidentes. A ignorância torna as pessoas suscetíveis à manipulação.
Que desde já sejamos os que ajudarão na Manutenção da Lei.
Marcelo,
ResponderExcluirConcordo plenamente com seu artigo. É importante demais nosso envolvimento político, mesmo que seja somente o apoio a nossos irmãos de fé que se envolvem diretamente. Esse ano teremos oportunidade de fazer isso, e oro para que dê tudo certo e que esses homens especiais que estão investindo na carreira política, buscando a melhoria de nosso país, consigam ser eleitos e nos representar com muito empenho e sucesso.
Parabéns pelo artigo!!!
Diogo
Muito obrigado Diogo. Sinceramente espero que a cada eleição tenhamos mais dignos candidatos SUDs.
ResponderExcluir